Título: The Legend of Zelda: Twilight Princess
Produtora: Nintendo EAD
Publicadora: Nintendo
Data de Lançamento: 2006.12.08 (Europa)
(Esta é uma review já foi escrita em 2008, recuperada de um antigo blog meu.)
Após ter jogado um considerável número de Zeldas, já não tinha grande fé que fosse possível à Nintendo manter um novo título interessante. Mas confesso que fiquei bastante surpreendido. No fundo, a fórmula de sempre continua lá: dungeons, heart pieces, salvar a princesa Zelda, bombas, arco e flecha e espada. Contudo, it’s so much more.
Gráficos: Desta vez os gráficos e cenários são mais realistas, bem como todo o design de personagens. Não no sentido de parecerem humanos, pois o estilo anime é bem visível, mas no sentido de parecer tudo muito mais credível e menos fantasioso/infantil. A culpa disso é das texturas, pois, sejamos sinceros, por muito bons que sejam o "Majora’s Mask" e o "Ocarina of Time", aqueles polígonos e texturas da N64 eram bastante básicos e, bem, infantis, à falta de melhor termo. Com estas novas texturas mais detalhadas, o jogo ganha um ambiente nunca antes visto num jogo Zelda e só isso já vale bastante, acreditem.
História: Neste "Zelda" a história está muito mais bem trabalhada e integrada no sistema de jogo. O facto de termos de fazer isto, não podermos fazer aquilo e só conseguirmos fazer aquela coisa mais tarde, são coisas que nos são explicadas pela história e fazem sentido, nunca tendo havido um momento em que eu me queixasse sobre os motivos e razões disto ou daquilo (e acreditem que faço isso muitas vezes).
No entanto, a história em si não é algo por aí além. Aplica-se na perfeição ao jogo e foi pensada de forma a não ser sobrevalorizada perante os controlos e sistema de jogo. Mas não passa de um conjunto de clichés da fantasia heróica e steampunk (em ligeiras doses), onde a sombra e a luz são as forças em jogo. Só que neste caso essa posição foi perfeitamente assumida (tal como costuma ser em qualquer dos Zeldas) e não se nota nenhuma pretensão em ser algo mais transcendental que isso. Pode-se dizer que é isso que muitos jogos deveriam procurar também…
Ainda em relação à parte dramática do jogo, devo dizer que as personagens estão muito bem construídas e senti um verdadeiro apego a algumas delas. Porém! Teve piada que só quase no final do jogo é que percebi que a Midna é… bem, é uma e não um.
Link trata do jantar: uma posta de peixe com tatuagens tribais.
Jogabilidade: Os controlos deste Zelda estão praticamente perfeitos. Foi a minha primeira experiência mais intensa com a Wii (antes só tinha experimentado um bocado do "Super Mario Galaxy", "Metroid Prime 3" e "Wii Sports") e pode-se dizer que me habituei rapidamente ao esquema. É tão fácil controlar o Link (ambas as versões) e a fluidez de movimentos é tanta que dá mesmo vontade de o fazer.
Os únicos pontos negativos que devo referir tratam-se do controlo da Epona, que, apesar de se manter uma grande ajuda para algumas deslocações grandes devido à sua velocidade, podia ter um controlo mais trabalhado, pois não é assim tão simples virar, por exemplo. Também, é uma questão de hábito, pois a meio do jogo já a controlava bastante melhor, mas como nunca a usei muito (é mais fácil fazer Warp) esse hábito nunca foi muito também.
Link em direção do próximo Collosus... Esperem, jogo errado.
O outro ponto negativo trata-se das vezes em que o Link vai contra uma parede, só porque estamos em modo berserk a carregar no A (para ele fazer a cambalhota e assim deslocar-se mais rapidamente). É que os programadores não acharam suficiente que o Link fosse contra a parede e ficasse parado, e então tiveram de incluir um choque que o faz saltar para trás e ficar parado uns instantes. Certo, é mais realista, mas também é mais aborrecido (acreditem, irrita um bocado).
Semelhante a isso é também aquilo que acontece quando queremos partir uns vasos que estão encostados a uma parede rochosa. Basta a espada tocar um bocadinho que seja nessa parede para o Link não completar o movimento e recuar. E então ficamos ali horas e horas a tentar partir o tal vaso para, no fim, recebermos um Rupee verde. Pronto, irrita.
Note-se, no entanto, que apesar de eu ter mencionado estes pontos negativos, não deixam de tratar-se de pormenores que não afectam muito a experiência do jogo.
Para além disso, é bastante extenso: eu acabei com 50 horas de jogo. Comparado com um "Final Fantasy" não é nada, mas para um "Zelda" é bastante tempo. Porém, pareceu-me muito mais tempo. Por um lado porque joguei faseadamente, apenas aos fins de semana em que ia a casa, mas também por causa da variedade de cenários e pela sensação muito presente de evolução dentro do jogo e dentro da história. A forma e a impressão com que começamos a aventura transforma-se ao longo do tempo, e passadas 2 ou 3 dungeons (são 9 ou 10 no total), parece que tudo mudou, que já estamos a jogar outro jogo… Ou então estamos a jogar o mesmo, simplesmente a imersão foi tão gradual e bem conseguída que de repente as 2 primeiras dungeons se posicionam num passado distante e longínquo.
Quero com isto dizer que o jogo nunca aborrece, antes pelo contrário. Tive a sensação que havia sempre algo novo para descobrir e para fazer, havia sempre um motivo para ligar a consola. E isso, para mim, é muito bom, que me costumo aborrecer com alguns jogos e só os passo porque já vou a meio e sinto essa obrigação.
Ambiente: A banda sonora foi outro aspecto que me deixou muito contente, pois está de facto bastante aceitável. Algumas melodias estão ligeiramente medíocres, mas não foram poucos os momentos em que me apetecia ficar mais uns minutos num determinado cenário só para ouvir a BGM, o que, quando acontece num jogo, é para mim um elemento muito importante. As cutscenes, por sua vez, eram quase todas acompanhadas por faixas bastante bem enquadradas e por vezes muito épicas e majestosas.
Se havia melhor elemento a acompanhar a imponência ou a calma harmoniosa dos cenários, era a música, sem dúvida. Verifiquei, inclusivamente, alguns momentos reminiscentes de "Shadow of the Colossus".
"Onde raios se meteu o outro macaco para me apanhar?"
E para falar resumidamente nesse assunto das “reminiscências”, tenho de referir que não se devem admirar quando encontrarem semelhanças com o jogo "Okami" (PS2, Wii), pois… elas existem. Mas não quero entrar muito por aí, pois acho que este jogo consegue, no conjunto de todos os elementos, ser uma experiência muito “única” e gratificante, pelo que não me interessa muito analisar a quantidade de semelhanças com outros jogos.
Para concluir, gostaria de referir que até completei uma grande percentagem do jogo. Ficaram-me a faltar 3 corações, completar a Cave of Ordeals, apanhar mais 19 Poe Souls (para ficar com as 60 totais) e capturar mais 10 insectos, isto dentro das tarefas mais importantes. Tendo em conta os benefícios que me traria fazer essas coisas, não fiquei a perder muito.
Gostava que houvessem mais side-quests para além das que referi, e que tivessem benefícios realmente vantajosos, mas nem o final do jogo trouxe bónus algum que fosse (o que foi um bocado desilusão).
Para compensar e aliviar o meu espírito colecionador, a quantidade de items/armas é impressionantemente grande e variada, pelo que nunca me aborreci propriamente nesse aspecto. Só gostava de ter tido alguma recompensa ou extra desbloqueado depois de completar o jogo…
És tu, Amaterasu?
Wikipedia (em inglês)
Página oficial do jogo (em português)
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